Uma poderosa explosão solar de classe M9 deverá castigar a Terra entre terça e quarta-feira e produzirá distúrbios ionosféricos de grande magnitude. Essa é a maior explosão do Sol desde 2005 com potencial para danificar satélites e produzir sobretensões em redes de distribuição elétrica.
A explosão ocorreu no hemisfério norte do Sol às 03:59 UTC (01h59 BRT) de segunda-feira, dia 22, quatro dias depois que uma explosão na estrela produziu uma forte ejeção de massa coronal que atingiu a Terra no dia 22, provocando instabilidades geomagnéticas de média intensidade. Esta explosão fez Índice KP, que mede a instabilidade ionosférica chegar ao nível 5. Com a nova explosão o KP deve chegar ao nível 8 ou 9 nas próximas 48 horas.
De acordo com informações recebidas do Centro de Previsão de Clima Espacial dos EUA, SWPC, as partículas solares deverão atingir a alta atmosfera terrestre já a partir das 12h00 BRT de terça-feira.
Para cobrir os 149 milhões de km que separam a terra do Sol as partículas estão viajando a 4 milhões de km/h. O choque com a ionosfera será intenso e produzirá auroras boreais que poderão ser vistas até mesmo nas latitudes norte próximas de 45 graus, onde se localiza grande parte da Europa e norte dos EUA. Países localizados acima dessa latitude presenciarão as auroras com maior intensidade.
Além das auroras, a tempestade atual poderá causar reboots isolados em computadores a bordo dos satélites, interferir nas comunicações através de rádio nas faixas de baixa frequência e induzir descargas elétricas em linhas de transmissão, com possibilidade de blecautes parciais em cidades do hemisfério norte.
Importante
Apesar do intenso bombardeio por que passará a Terra, não existem riscos para pessoas ou animais. O efeito maior será causado nas altas camadas da atmosfera, especialmente a ionosfera, causando distúrbios capazes de bloquear transmissões de rádio em baixa frequência. Não estão descartadas possibilidades de desvios significativos em bússolas nas latitudes equatoriais, assim como pequenos erros de geolocalização por GPS.
Partículas Carregadas
Após uma explosão solar ocorre a chamada "ejeção de massa coronal", uma gigantesca quantidade de gás ionizado que é emanado do Sol a velocidades altíssimas que superam facilmente a marca de 1 milhão de km/h.
Quando essa ejeção de partículas vem na direção da Terra, são bloqueadas e desviadas pelo campo magnético natural do planeta que as conduz na direção dos polos. O choque produz as chamadas tempestades geomagnéticas, com os inúmeros efeitos já descritos.
Consequências
Como vimos, a primeira consequência é a possibilidade de auroras boreais nas latitudes mais elevadas, provocadas pela ionização dos átomos de nitrogênio e oxigênio na atmosfera superior. Excitado, o nitrogênio emite fótons no comprimento de luz verde enquanto o oxigênio emite luz no espectro do vermelho.
Com relação às telecomunicações, as principais interferências ocorrem nos comprimentos de onda de frequências muito baixas - VLF - onde operam equipamentos de navegação e orientação de barcos e aeronaves. No entanto, devido à redundância de instrumentos utilizados para orientação e o uso de sistemas inerciais de orientação, esse seguimento é pouco afetado por tempestades solares.
Embarcações que utilizam exclusivamente GPS para orientação poderão também perceber pequenos erros de posicionamento. O motivo é que esses instrumentos baseiam-se no tempo que as ondas eletromagnéticas chegam até o receptor. Durante as tempestades geomagnéticas a ionosfera terrestre se torna mais densa no comprimento de onda utilizado pelo sistema GPS, retardando em alguns microssegundos a recepção dos sinais. No entanto, modelos computacionais conhecidos como Ionosferic Delay permitem aos operadores do sistema levar em conta esse atraso, introduzindo correções para que o erro seja minimizado.
Tempestades solares intensas também são responsáveis por danificar equipamentos a bordo de satélites e aumentar o arrasto deles na atmosfera, tornando frequente a necessidade de reposicionamento para que seja mantida a órbita programada.
O setor elétrico também sofre com as perturbações do Sol, que geram correntes elétricas induzidas nas linhas de transmissão. Dependendo da intensidade da tempestade e da região do planeta, as correntes induzidas podem danificar transformadores e em casos mais graves até mesmo explodir equipamentos, principalmente se localizados nas latitudes elevadas.
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Artes: no topo, imagem captada pelo Observatório de Dinâmica Solar, SDO, da Nasa, mostra a explosão ocorrida no hemisfério norte da estrela. No vídeo, a explosão como registrada pelo Observatório Heliosférico SOHO, da ESA. A grande quantidade de ruído visto na imagem é provocada pelos prótons ao atingirem os sensores do instrumento. Créditos: Nasa/SDO, Painel Global/Meire Ruiz, Apolo11.com.
Partículas Carregadas
Após uma explosão solar ocorre a chamada "ejeção de massa coronal", uma gigantesca quantidade de gás ionizado que é emanado do Sol a velocidades altíssimas que superam facilmente a marca de 1 milhão de km/h.
Quando essa ejeção de partículas vem na direção da Terra, são bloqueadas e desviadas pelo campo magnético natural do planeta que as conduz na direção dos polos. O choque produz as chamadas tempestades geomagnéticas, com os inúmeros efeitos já descritos.
Consequências
Como vimos, a primeira consequência é a possibilidade de auroras boreais nas latitudes mais elevadas, provocadas pela ionização dos átomos de nitrogênio e oxigênio na atmosfera superior. Excitado, o nitrogênio emite fótons no comprimento de luz verde enquanto o oxigênio emite luz no espectro do vermelho.
Com relação às telecomunicações, as principais interferências ocorrem nos comprimentos de onda de frequências muito baixas - VLF - onde operam equipamentos de navegação e orientação de barcos e aeronaves. No entanto, devido à redundância de instrumentos utilizados para orientação e o uso de sistemas inerciais de orientação, esse seguimento é pouco afetado por tempestades solares.
Embarcações que utilizam exclusivamente GPS para orientação poderão também perceber pequenos erros de posicionamento. O motivo é que esses instrumentos baseiam-se no tempo que as ondas eletromagnéticas chegam até o receptor. Durante as tempestades geomagnéticas a ionosfera terrestre se torna mais densa no comprimento de onda utilizado pelo sistema GPS, retardando em alguns microssegundos a recepção dos sinais. No entanto, modelos computacionais conhecidos como Ionosferic Delay permitem aos operadores do sistema levar em conta esse atraso, introduzindo correções para que o erro seja minimizado.
Tempestades solares intensas também são responsáveis por danificar equipamentos a bordo de satélites e aumentar o arrasto deles na atmosfera, tornando frequente a necessidade de reposicionamento para que seja mantida a órbita programada.
O setor elétrico também sofre com as perturbações do Sol, que geram correntes elétricas induzidas nas linhas de transmissão. Dependendo da intensidade da tempestade e da região do planeta, as correntes induzidas podem danificar transformadores e em casos mais graves até mesmo explodir equipamentos, principalmente se localizados nas latitudes elevadas.
Artes: no topo, imagem captada pelo Observatório de Dinâmica Solar, SDO, da Nasa, mostra a explosão ocorrida no hemisfério norte da estrela. No vídeo, a explosão como registrada pelo Observatório Heliosférico SOHO, da ESA. A grande quantidade de ruído visto na imagem é provocada pelos prótons ao atingirem os sensores do instrumento. Créditos: Nasa/SDO, Painel Global/Meire Ruiz, Apolo11.com.
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Fonte: http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Forte_explosao_solar_podera_provocar_blecautes_nas_proximas_horas&posic=dat_20120124-084108.inc
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